sexta-feira, fevereiro 7

Sanafest e o que comprei por lá!

Pra quem não sabe, o Sanafest é um evento que acontece duas vezes por ano e que tem como objetivo reunir quase tudo da cultura oriental - com foco na cultura japonesa. Fui no Sanafest, que aconteceu no dia 01/02, e é uma versão menor do grande BOOM que é o Sana de julho. Só posso dizer que adorei, com certeza vou em outras épocas!
Por lá tem apresentações de dança e música - desde rock pesado a pop japonês -, estandes que vendem mangás e animes - pra minha tristeza os animes só são vendidos no Sana de julho... -, bugigangas relacionadas aos animes e mangás preferidos da galera, camisetas, canetas, canecas e muitos outros objetos relacionados a cultura pop de um modo geral.
Além de uma ambientação cheia de cosplays - você pode ver princesas, jedis, fadas, bruxas, ursos de pelúcia, personagens de animes e de filmes famosos - e pessoas de todas as idades, o Sanafest se caracteriza por comer o seu dinheiro... E de apresentar culturas diferentes, é claro!
Sakura Card Captors e Os Livros da Magia
Claro que eu não poderia sair do Sana sem ter a Sakura comigo! É um clássico - pelo menos eu considero - dos mangás... Ai, simplesmente lindo! Não é a toa que me chamavam de Sakura quando criança. E junto com esses três volumes comprei Os Livros da Magia, de Neil Gaiman, numa versão linda de capa dura que contém os quatro livros.
Só lembrando que o Sana acontece em várias cidades, portanto fiquem atentos caso suas cidades sejam sedes. Pra mim, valeu totalmente a pena.

terça-feira, fevereiro 4

Resenha #6 - O Sonho de Eva, Chico Anes


O Sonho de Eva, Chico Anes

      Chico Anes, em seu segundo livro, aborda de maneira interessante a ficção científica, a psicologia, a religião e a filosofia numa mistura inesperada, dando um comichão nos leitores atentos às metáforas e às referências sutis.
      O livro é narrado em terceira pessoa, focando em Eva, ou na Dra. Abelar, quando está diante de seus colegas cientistas. A história se inicia quando Joachim, seu filho, desaparece sem deixar rastros na mesma noite em que Anna, sua irmã, pula do 20º andar de um edifício. Em meio a vários problemas, Eva é convidada por Yume a assumir o lugar da irmã em um projeto chamado DreamGame, um invento revolucionário que permitirá às pessoas jogarem enquanto dormem. Desconfiada, Eva decide trabalhar com Yume para tentar conseguir pistas sobre a tragédia que envolveu Anna, mas ao conhecer a grandiosidade do projeto descobre que a sociedade está vulnerável demais à tecnologia, sendo submetida ao sequestro da liberdade e do livre-arbítrio.
      A sinopse parece mais um filme que passa de vez em quando nos cinemas brasileiros, não é? Esse é bem o clima da história, desde os nomes bastante "universais" - para não dizer não-brasileiros - a cenários que poderiam muito bem fazer pano de fundo para uma ficção científica contemporânea.
      Todos os elementos desse livro, apesar das críticas anteriores, se encaixam muito bem juntos. A filosofia empregada em passagens reflexivas sobre o que se passava, os sonhos metafóricos de Eva e a relação dela com outros personagens durante a trama é simplesmente intrigante. O método como o autor estruturou as ideias nesse livro é muito bom, e diversas vezes me vi pensando em significados para o que acabara de ler. A simbologia de Eva é muito explorada, e as passagens sobre sonhos lúcidos foram os fatores mais intrigantes que me fizeram virar as páginas cada vez mais rápido.
      Consegui perceber alguns erros um tanto simples, mas que me deixaram um tanto desapontada. As passagens onde existe muita ação e tensão, por exemplo, são bem rasas. A descrição deveria ter sido melhor trabalhada nesses pontos, pois contribuiria muito na constituição da história. Outro aspecto que senti falta foram passagens das pesquisas da Dra. Eva. Nossa, como senti falta! A prática dessas pesquisas foi bem apresentada, mas as teorias e pontos chaves sobre os sonhos lúcidos foram deixados de lado para seguir o caminho para o desaparecimento do filho e a morte da irmã. Sério, se as pesquisas fossem mais exploradas com certeza esse livro estaria - ainda mais rico - em detalhes e informações diferentes.
      A escrita é muito fácil, bem tranquila de se ler. Chico Anes tem umas metáforas tão sutis que somente nos damos conta de que eram metáforas depois de algumas páginas. Eva é muito bem caracterizada, mas os outros personagens nem tanto. São um pouco rasos, na minha opinião. O desfecho é cheio de desvios, caminhos diversos, e o final é um pouco clichê. Apesar disso a história nos encanta pela riqueza de detalhes de outras áreas, como a psicologia, a religião e a filosofia. É um livro que recomendo muito para quem gosta do gênero de ficção científica e quer ver como um autor nacional contemporâneo aborda isso.
      E preciso falar da capa maravilhosa? Não, obrigada. Tudo me faz crer que os livros nacionais estão cada vez melhores, inclusive nas edições!