sexta-feira, novembro 29

Resenha #4 - O Oceano no Fim do Caminho, Neil Gaiman


O Oceano no Fim do Caminho, Neil Gaiman

       Autor de best-sellers com mitologias diferenciadas da maioria das obras de hoje, carregadas de clichês, Neil Gaiman causa impacto numa obra bonita que injeta adrenalina e reflexões no corpo e na mente do leitor. 
      A história permeia nas lembranças do protagonista, que não possui nome, a respeito de sua infância, suas experiências e visões sobre situações que talvez sejam reais ou não. Em alguns momentos as opiniões do adulto interferem na visão que temos dos acontecimentos, e às vezes a criança nos pega pelo pé e faz com que sintamos junto com ela toda a carga emocional do livro.
      Neil Gaiman consegue fazer com que sintamos algo pelo que ele escreve - raiva, tristeza, encantamento, revolta, felicidade, qualquer um desses e mais alguns -, e somente por isso esse livro já pode ser considerado bom. Neil é bom, e não é pouco. O problema quanto a este livro - que não acho bem um problema - é o aspecto curioso de que não são todas as pessoas que vão se identificar, mas isso não desmerece nem um pouco sua qualidade.
      O sentimento que experienciei em quase toda a leitura - que foi muito rápida, inclusive - foi o de incredulidade. Talvez tenha sido o momento errado, mas minha experiência não foi extraordinária. Ah, como eu queria que tivesse sido! E mesmo com esse gosto de 'está faltando algo aqui', não consegui achar um fator que desmerecesse a obra. É fantástica, sim! A escrita do Neil Gaiman é fácil, e esse livro é o que é e não precisa de firulas para fazer você sentir.
      Ritmo que Gaiman se vale é marcado no tempo certo, com passagens rápidas e lentas nas horas mais convenientes. Os personagens não têm uma descrição muito profunda, mas ainda assim você consegue saber o que está lá no fundo! Aliás, somente com a visão do garoto já se percebe na hora o que está acontecendo... E esse livro possui uma das antagonistas mais fantasticamente diabólicas da literatura dessa década, pelo menos, na minha humilde opinião.
      A edição brasileira está muito boa, com a capa em forma de brochura, textura gostosa, papel amarelado, capa m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a e as orelhas que muita gente gosta. O último adendo para os que pretendem ler Neil Gaiman: como iniciante no mundo desse escritor, aconselho a não começar sua jornada com este livro. Já vi comentários de que ler suas obras na ordem de publicação ajuda a compreender o pensamento do escritor. Em minhas próximas leituras do autor prestarei atenção a essa questão... E sim, vá ler Neil Gaiman!

domingo, novembro 24

Meta Para O Fim do Ano - 2013

Baseando-se no vídeo da Tatiana Feltrin a respeito dos livros em andamento - linkado abaixo do post - e pelo fato de que quando focada, leio um livro por semana, às vezes até mais que isso, resolvi listar alguns livros que queria terminar ainda esse ano. Quem sabe acabar de ler algumas sagas, já que estou um pouco cansada delas... Por isso não vou fazer mais o Prólogo que sempre posto, e sim esse post único. No ano que vem conto para vocês se deu certo ou não...

SAGAS AINDA NÃO TERMINADAS
 A Saga do Tigre, Colleen Houck
 - A Maldição do Tigre, (VOL. 1);
 - O Resgate do Tigre, (VOL. 2); << Em andamento.
 - A Viagem do Tigre, (VOL. 3);
 - O Destino do Tigre, (VOL.4); << Ainda não adquirido.

 Saga Acampamento Shadow Falls, C.C. Hunter
 - Nascida à Meia-Noite, (VOL. 1);
 - Desperta ao Amanhecer, (VOL. 2);
 - Levada ao Entardecer (VOL. 3);
 - Sussurros ao Luar (VOl. 4); << Ainda não adquirido.
 - Escolhida ao Anoitecer (VOL. 5); << Ainda não adquirido.

 Saga Os Imortais, Alyson Noël
 - Para Sempre (VOL. 1); << Em andamento.
 - Lua Azul (VOL. 2);
 - Terra das Sombras (VOL. 3);
 - Chama Negra (VOL. 4);
 - Estrela da Noite (VOL. 5); << Ainda não adquirido.
 - Infinito (VOL. 6); << Ainda não adquirido.

LIVROS ÚNICOS AINDA NÃO TERMINADOS
 - Morte Súbita, J. K. Rowling;
 - O Chamado do Cuco, J. K. Rowling;
 - O Mundo de Sofia, Jostein Gaarder;
 - A Menina que Roubava Livros, Markus Zusak;
 - 23 Histórias de um Viajante, Marina Colasanti;
 - Contos de Vampiros, Org. por Flávio Moreira da Costa.

Sei que é uma meta grande, mas quem sabe eu consiga, não é? Até a próxima, pessoal!
Vídeo sobre os livros em andamento da Tatiana Feltrin, do canal tatianagfeltrin:







NaNoWriMo e Procrastinação

NaNoWriMo
National Novel Writing Month

       Assim como muitas pessoas no mundo, eu fui mais uma que se inscreveu para o NaNoWriMo. Não tinha a menor noção da dificuldade que é cumprir o número de palavras por dia. Não tinha a menor noção da dificuldade que é escrever todos os dias. Continuo não tendo noção, pois me inscrevi com dez dias de atraso, o que é muito tempo para um projeto tão complexo como esse.
      Como assim, você não sabe o que é NaNoWriMo? Deixe que eu explico. NaNoWriMo é a abreviação de National Novel Writing Month, o que significa que a meta seguida nesse projeto é escrever um livro durante o mês de novembro. O site permanece aberto para novas inscrições o ano todo, e a regra máxima são 50 mil palavras durante o mês.
      Descobri esse projeto por uma matéria escrita num blog que não me recordo o nome. Interessante, é. Trabalhoso, com certeza. Não preciso dizer que não bati a meta, não é? Amanhã começarão a aparecer os ganhadores, e eu terei que esperar pelo ano que vem. Procrastinação reina nessas horas...
      Outro projeto parecido é o CampNaNoWriMo, dos mesmos criadores do NaNoWriMo. A diferença é o perído de atividade, que acontece nos meses de abril e julho. Apesar do nome, as histórias não precisam se tratar de acampamentos. O melhor de tudo é que não precisa escrever em inglês, pois o site não hospeda sua história, ele apenas conta o número de palavras que você escreve ao dia.
      E aí, vocês estão inscritos? Vão ganhar? Esperar pelo ano que vem? Até a próxima, pessoal!

domingo, novembro 10

Resenha #3 - Cidades de Papel, John Green

ESTA RESENHA PODE CONTER SPOILERS, DETALHES IMPORTANTES OU FATOS CRUCIAIS PARA A COMPREENSÃO DA HISTÓRIA. SE VOCÊ SE INCOMODA COM ESTE TIPO DE ABORDAGEM, POR FAVOR NÃO LEIA!


Cidades de Papel, John Green

      John Green, escritor de best-sellers para jovem adultos, chama a atenção para si numa narrativa gostosa de acompanhar, mas peca ao construir os personagens desse livro até certo ponto decepcionante.
      O livro conta a história de Quentin Jacobsen, um adolescente com poucos amigos que possui uma paixão platônica por sua vizinha há muitos anos, Margo Roth Spiegelman. Num dia cinco de maio que poderia ter passado como qualquer outro, a garota procura por ele para uma aventura, e aceitando os termos propostos por Mago, Quentin a ajuda. Alguns dias após o passeio de carro a altas horas da madrugada, Margo Roth Spiegelman desaparece, o que aviva a curiosidade de Q e faz com que ele encontre pistas que podem levá-lo até ela.
      Embora a primeira frase dessa resenha tenha mencionado má construção de personagens, alguns deles são bem consolidados, principalmente Quentin. Q, para os íntimos, tem uma sede por saber bastante interessante, e ela é bem explorada na história. Em contra partida, um lado da sua personalidade não tão atraente é o fato de ele ser submisso ao ponto de exautar Margo Roth Spiegelman - e ele repete esse nome por completo a história inteira -. Esse endeusar que é característico dele irrita muito, sem falar que ele é o típico "nerd loser".
      Os amigos de Quentin são até bem apresentados, mas não conseguimos identificar muito bem o posicionamento deles em algumas partes da história. Radar é o personagem sensato de todo o livro, com uma maturidade que os outros não compartilham que me fez gostar dele em poucas páginas. Já o Ben é um tanto chato por querer sempre ser o mais popular da escola. Tanto que numa cena ele tem uma briga com Quentin, e aí o leitor pode perceber melhor quem é Ben de verdade. Particularmente não seria um bom amigo na vida real, pois pessoas assim não conseguem se contentar com os amigos que tem, sempre estão em busca de mais.
      A personagem da Margo foi a que simplesmente não consegui me ater. Ela molda a história de um jeito desagradável, pois ela permeia todas as ações tomadas pelo principal e consequentemente pelos  personagens secundários. Essa pode ter sido a única vez em que concordei com Ben, que apesar de chato sabe que o amigo está sempre lá por Margo, e a mesma não liga para isso. Com personalidade inconstante e visivelmente problemática, Margo é afetada pela criação desleixada que teve. Os pais têm uma parte fundamental nessa personalidade controversa dela, mas não são totalmente culpados. A impressão que tive foi que Margo adorava jogos de sedução, e consequentemente chamar a atenção de todos para si.
      Cidades de Papel possui um panorama agradável, que instiga o leitor a continuar. Li esse livro em um dia, e marquei com alguns post-its passagens que para mim descreviam bastante da cena em questão ou que descreviam personagens. A escrita de John Green é fluida, até bem humorada, mas o desenrolar da história - principalmente o final - não contribuiu para o leitor ser tocado, ou mesmo a se identificar com os personagens e seus dramas. Foi a primeira obra que li desse autor, e digo que não recomendo começar a ler John Green por esse livro se você não gosta de personagens irritantes.
      Apesar de tudo, John Green sabe entreter. Algumas das mensagens passadas nesse livro são de que não conhecemos uma pessoa em sua totalidade, que julgamos pelas aparências e até que projetamos essas aparências e julgamos por um conceito inexistente. A leitura te faz refletir em algumas passagens, e alguns quotes são bastante interessantes. Pode ser um livro interessante se ver o lado humano que é tratado na obra, mas também pode ser um livro chato por causa da personagem "musa" que permeia toda a narrativa.